terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quasi quase de volta

Hoje regressarei à Catedral, à minha cidade.

Pensei que precisava de sair daí, de casa, do meu quotidiano, mas essa era uma ideia errada que tinha. Esta estadia foi uma gigantesca montanha russa, em que tive tudo e mais alguma coisa à flor da pele. Demasiado à flor da pela, quase a queimar.

A cidade em si é bonita, o Corcunda nem por isso, agora. E essa disparidade é um bocado pró fodida. Ontem passeei durante horas à chuva, como fazia quando era puto.

Calcorreei a cidade de uma ponta à outra. Gótico, Raval, Borne, Montjuïc, tudo sítios por onde passei na bici emprestada, a ver se punha as ideias em ordem.

Passei todo este tempo a pensar em inúmeras coisas, que, a final, nada significam.

Ao final do dia encontrei-me com a Gnomo, saudosa companheira de outros tempos. Por entre algumas copas de tinto encontrei-me numa conversa das boas. Daquelas que fazem crescer e que têm, realmente, o poder de nos fazer sentir melhores. Descobri coisas que sei que podem e têm que ser úteis. A miúda, após tano tempo, tem a mesma ingenuidade que sempre lhe reconheci, agora acompanhada por uma sabedoria que só se adquire com o tempo e a experiência. Gostei mesmo disto, de conseguir falar e ouvir sem qualquer tipo de filtros, de inibiçoes, de merdas. Tudo sai como se pensa, e isso simplifica muito as coisas. Por isso, muito obrigado pela conversa.

Agora preparo-me para regressar. Tudo está igual, acho, mas eu nao posso estar.

Possuo fartura de sentir coisas que nao sao minhas, de viver vidas que nao conheço. Agora vou ser mais para mim, porque os outros nao podem ser o mais importante na minha vida.

Começa agora...

1 comentário:

kollontai disse...

Gostava de ter repetido a dose de vinho aí por Lisboa. É sempre um gosto, caríssimo. Tudo de bom, e volta rápido a estas paragens. (são-me muito familiares as tuas escolhas musicais neste blog, já não as ouvia há muito tempo e soube bem)