terça-feira, 31 de março de 2009

Same old...

O Corcunda está por casa.

Com o amigo companheiro de habitação dos últimos meses de partida parece começar a dar um bocado mais de valor às coisas. Não obstante a sua companhia tenho passado muito tempo sozinho. Talvez um bocado demais, mas isso não me cabe a mim julgar.

É engraçada a maneira como as coisas nos afectam. O passar tempo sozinho é bom, pois permite-me ver as coisas com maior clareza. Mas às vezes (sempre?!) clareza não é o que se quer: aquilo que queremos mesmo é estar naquele estado estúpido de névoa e agitação profundas, em que há sempre alguma coisa capaz de nos fazer respirar mais depressa, ou de nos fazer ficar com o ventrículo esquerdo aos pulos, ou pura e simplesmente de nos fazer não ter os pés assentes no chão.

A verdade é que fodido fodido é um gajo saber o que quer, e o resto são cacauetes.

Se, ao menos, um gajo souber exactamente o que quer é mais fácil consegui-lo, ou, pelo menos, tentar chegar lá. E parece-me que essa é uma peça que me falta.

Se esta caliqueira fosse um puzzle um gajo sabia como acabava e, eventualmente, saberia a peça a procurar (tentem fazer o puzzle d'O beijo, de Klimt, e acabar aquela vastíssima e igualérrima parte castanha à volta dos beijoqueiros e saberão do que falo). Não o sabendo, é ir pondo as peças que tenho, encaixando o encaixável e ir, aos poucos, seguindo o curso das coisas.

O que me custa é ceder à tentação de fazer o puzzle com a ajuda de uma tesoura amiga, cortando as partes inencaixáveis, tornando-as piquenos quadradinhos todos iguais.

O amigo do olhão azul também se vai, mas esse, apesar de muito gostar de estar com ele, se calhar já não lhe sinto tanto a falta, porquanto esteve longe um par de anos e habituei-me a que não estivesse por cá.

Eu por cá fico, até me ir embora...

Bonsoir

terça-feira, 24 de março de 2009

Estória (com banda sonora e tudo, a minha primeira sonorização!)

"Era uma vez um puto.

Reguila, com a mania que era Chico-esperto, mas sempre bem disposto e bem-intencionado.

A sua pacata e célere existência levava-o em tom de brincadeira. À medida que foi crescendo, foi aprendendo a conviver com os outros, de forma mais ou menos esperta, e foi sendo aquilo que achava que devia ser, sem pejo em ser o melhor que podia.

Havia um problema: à noite, quando era para dormir, não lograva pregar olho. Os mais variados e aparvalhados pensamentos assolavam-lhe a mioleira, e quanto mais queria não cismar n'eles mais pensava. A verdade é que ele pensava nas coisas que tinha perdido, essencialmente jogos de Gameboy e cd's outros objectos que tais perdidos sem serem achados. E assim passava aquilo que lhe pareciam horas a lutar contra fantasmoas e o escuro, com uma imagem frequente do Nosferatu (daquele meco que foi um dos primeiros realizadores da História do Cinema cujo nome perdeu pelo caminho...) a entrar pela janela que o assustava.

Cresceu. À noite continua a ter dificuldade em dormir, mas agora ciente do que aquilo que achava que tinha perdido é uma imagem do que pode perder, e de que o medo que tinha é o medo de si."

J. E. (excertos)

E segue banda sonora:



Buona Sera

sábado, 14 de março de 2009

fico jodido

Quando as coisas me saem ao contrário.

Talvez devesse pensar menos e fazer mais...

Não sei quem escreveu, mas gostei e acho que é pertinente:

Il faudra que tu apprennes
à perdre, à encaisser.
Tout ce que le sort ne t'a pas donné
tu le prendras toi-même.
Oh, rien ne sera jamais facile.
Il y aura des moments maudits.
Oui, mais chaque victoire ne sera que la tienne
et toi seule en sauras le prix.


VIS TON RÊVE, NE RÊVE PAS TA VIE


Boa noite

sexta-feira, 13 de março de 2009

Week ends

Está a chegar ao fim mais uma semana.

Mais do mesmo: trabalho, amigos, pessoas, sensações e por aí a fora...

Hoje não estou particularmente efusivo, ainda assim até me sinto bem, com vontade de fazer qualquer coisa, por oposição aos dias em que não quero fazer nada, nem quero querer fazer nada.

Um amigo enviou-me hoje um link para uma música que é das minhas preferidas, porquanto me dá uma pica do catano, fazndo com que, imagine-se!?, me apeteça dançar.

Como sou, em traços gerais, uma pessoa generosa, partilho-a com vozmecezes.

Sneaker Pimps - Loretta Young Silks



Um bem haja

terça-feira, 10 de março de 2009

Ah pois é!

Não tendo passado muito tempo de posse do computador, tal facto tem-se reflectido num ausência de posts neste Cantinho.

Mais a mais, tenho tido ecos de que sou possuidor de coitadinhez vertida em minha escrita.

Apesar de concordar com uma eventual análise nesse sentido, se bem que algo incipiente, venho por este meio exercer o direito do contraditório, princípio basilar de qualquer estado de direito, e dizer que não sou coitado!

Há dias melhores e outros piores, e a maneira como entendo as coisas por que passo é minha, e não poderia deixar de o ser, senão não escrevia por mim, antes pelos outros, e para isso basta o lufa-lufa do dia a dia, em que passamos mais tempo a tentar evitar eventuais conflitos do que a dizer o que nos vai na marmita.

Posto isto, se dias há em que reflicto um estado de espírito mais azul, é porque me sinto assim, se noutros me exprimo de forma mais despreocupada e alegre, é porque para tal me dá.

A quantidade ENOOOOORME de parvoíces que me passam pela cabeça diz bem do que sou como petit enfant, e a maneira como as exprimo reflecte a minha virtual pouca capacidade de falar com quem quer que seja sobre elas (verdade seja dita, indivíduos há com quem comunico amiúde, e de forma fehaciente), razão pela qual tendo a opinar sobre as merdas que me chateiam numa qualquer comunidade virtual, sem alvitrar obter por tal expressão qualquer tipo de comiseração, ou sequer tentar exprimir quaisquer resquícios de auto-comiseração.

É verdade que a maneira como digo as coisas é algo peculiar, mas digo-as porque as quero dizer, como as quero dizer, não visando lograr obter qualquer resultado prático pela publicitação das mesmas.

De qualquer forma, palputa-me que estou bem com a vida, com vontade de fazer algo por ela, e sorridente como a forma como me tem tratado nos últimos tempos.

Agora parece-me que me vou pirar, que a gravata aperta (agora já nem por isso, uma vez que está laça, à la ciganito com nível) e possuo vontade de sair da frente deste miserável computador pessoal (!?) onde passo grande parte do meu tempo acordado.

Jokaxx fofaxxx

sexta-feira, 6 de março de 2009

Parvoíces

Chega a casa o Marreco.

Dia meio fodido, com os engravatados a puxar por ele, noite longa, nos copos com um amigo.

Está-me cá a querer parecer que ando outra vez a pensar, e isso é, tendencialmente, mau.

Pus-me a pensar numa coisa sobre a qual me tinha debruçado há bastante tempo atrás:

Será que é melhor nunca subir para nunca cair ou será preferível subir quanto se puder e aceitar que a queda é consequência natural da subida?

Quando era mais puto queria acreditar na primeira e acabava por fazer a segunda, mas sem conseguir aceitar o reverso da medalha, sem conseguir "acreditar".

Aguentava, mas não aceitava.

Hoje, mais velho, palputa-me que tendo a fazer a mesma coisa. Mais descrente mas igualmente parvo, com uma disponibilidade para sentir (a meu ver) fora do normal, mas cada vez a perceber menos o que realmente sinto, vou, volta e meia, subindo para depois cair.

A este respeito deixo uma canção lamechas mas bonita.

Ben Harper - Forever



Apesar de pensar demais, quase feito um crimepensante , tenho os meus momentos, mas cada vez mais me convenço que quando procuramos algo tardamos em encontrar, quando deixamos de nos preocupar encontramos algo que se calhar já não queremos.

O ser humano é um bicho verdadeiramente estúpido.

Boa noite

quinta-feira, 5 de março de 2009

Take me out tonight

Hoje sinto-me assim:

The Smiths - There's a light that never goes out



O mais estúpido é que queria mesmo que me tirassem daqui pra fora, malgrado o tempo o não permitisse, precisava de sair...

A luz não se apaga mesmo.

Um grande bem haja